As empresas do futuro precisam investir em soluções tecnológicas e inteligentes para acompanhar o varejo 4.0
Vivemos uma nova era no varejo digital: o varejo 4.0, também conhecido como varejo inteligente. O aumento da concorrência e o fácil acesso a produtos e serviços, além dos avanços tecnológicos, foram responsáveis por criar esse novo conceito, que requer o uso de dados para a personalização da experiência dos consumidores.
O varejo 4.0 trata-se de um modelo de negócio que une os ambientes on-line e offline e entrega experiências personalizadas para cada cliente, de acordo com suas reais necessidades e objetivo de compra.
Para que a entrega dessa experiência seja possível, é preciso que as empresas do setor utilizem a tecnologia como aliada. Somente as varejistas que digitalizarem as operações e reinventarem seus modelos de negócios serão capazes de atender o público com excelência e, consequentemente, sobreviver no mercado competitivo.
O caminho para a transformação digital
O caminho para a transformação digital é longo e depende de uma série de mudanças organizacionais. As empresas precisam mudar o seu mindset, reformular sua cultura e estar dispostas a investir em tecnologias. Não apenas para modernizar suas operações internas, mas para garantir os benefícios que elas oferecem quando o assunto é entender os clientes e personalizar o relacionamento.
O setor de varejo é um dos que mais investem em tecnologia no Brasil. No entanto, ainda existe uma parcela que precisa insistir e adotar soluções mais tecnológicas, caso o objetivo seja garantir um varejo inteligente.
6 aplicações que ajudam no varejo 4.0
O varejo 4.0, ou varejo digital, consiste no uso de tecnologias para coletar dados e usar as informações para aprimorar a experiência dos consumidores. Hoje, existem muitas tecnologias que podem ser utilizadas para esse fim, mas existem 6 principais que merecem destaque. São elas:
1 – Inteligência Artificial
De acordo com o Global Market Insights, provedor de serviços de consultoria e pesquisa de mercado global, os investimentos em Inteligência Artificial (IA) no varejo devem ultrapassar US$ 8 bilhões em 2024.
Machine learning, análises preditivas e deep learning, que tratam do aprendizado de máquinas, são algumas expressões que estão diretamente relacionadas à inteligência artificial e estão liderando a disrupção do varejo global.
A Inteligência Artificial abre uma série de novas possibilidades no varejo, sendo cada vez mais aplicadas, como assistentes virtuais, sistemas de previsão de estoque, análise comportamental dos clientes e chatbots.
2 – Reconhecimento facial e de voz
Tecnologias de reconhecimento facial e de voz já estão presentes no dia a dia das pessoas. Siri, Alexa, Google Home, Facebook, Instagram e até o Snapchat, por exemplo, são alguns sistemas que se baseiam nesses recursos e entregam melhores experiências e relacionamentos.
Assim como as grandes marcas, o varejo também pode aproveitar esses recursos para identificar os consumidores no PDV, como já acontece em alguns supermercados no Brasil e em farmácias na China, bem como melhorar a experiência oferecida a eles, desde a identificação até a entrega de ofertas.
Dados divulgados no relatório da Report Linker mostram que o mercado global de aplicativos de assistente de voz vai atingir US$ 3,42 bilhões, em 2022. Um crescimento de 32,4% quando comparado a 2021, que alcançou US$ 2,58 bilhões. Com a tendência de alta, tudo indica que o reconhecimento por voz ganhará cada vez mais espaço nas estratégias, e caberá ao varejo aplicar as tecnologias para garantir e aumentar as vendas.
Leia também: Varejo self-service: conheça as tecnologias para melhorar a experiência do cliente
3 – Cross border
O grande desafio do varejo digital é que os concorrentes estão em todos os lugares do mundo. O chamado e-commerce cross border, que consiste na compra on-line de produtos de outros países, movimentou cerca de R$ 36,2 bilhões em 2021, 60% a mais que em 2020.
As compras em sites estrangeiros movimentaram um valor que corresponde a 22,48% de todas as vendas on-line que o Brasil teve em 2021 (R$ 161 bilhões).
Assim, pode-se concluir que a concorrência é global e que as varejistas brasileiras precisam aprimorar a experiência dos consumidores, por meio da aplicação do varejo 4.0, para que não percam espaço no mercado e consigam competir, também, contra marcas estrangeiras.
4 – Cloud Computing
Além de Inteligência Artificial, reconhecimento facial e de voz e o cross border, a tecnologia de computação em nuvem também se transformou em uma grande aliada para o varejo 4.0. Isso porque as empresas não precisam mais investir na compra de equipamentos, e podem usar aplicações e infraestruturas em nuvem para atender suas necessidades.
Para a McKinsey, empresa de consultoria empresarial americana, o potencial da nuvem é muito maior que a redução de custos operacionais. A personalização da experiência de compra do consumidor, a precificação correta dos produtos, a gestão de programas de fidelidade, a visão do estoque em tempo real em múltiplos canais, a logística omnichannel e a otimização dos estoques na cadeia de suprimentos são alguns pontos nos quais o uso de cloud computing traz grandes vantagens para as varejistas.
5 – Pagamentos mobile
O uso de carteiras digitais e smartphones para o pagamento de compras está se tornando cada vez mais frequente em todo o mundo. O mercado de pagamentos móveis deve atingir, até 2026, US$ 5,4 bilhões e crescer 24,5%.
No mercado chinês, o pagamento mobile praticamente aposentou o dinheiro vivo. Nos Estados Unidos, um quarto dos consumidores já pagam compras por meio dos celulares e no Brasil a onda não é muito diferente.
Pagamentos por meio de aplicativos não são opções interessantes apenas porque otimizam as compras e garantem mais segurança ao consumidor. Eles também são uma forma de coletar mais dados sobre os clientes e entender a fundo o que compram, onde e quando.
6 – Inteligência Analítica
O ponto de convergência de todas as tecnologias citadas acima é a Inteligência Analítica. De nada adianta a empresa coletar dados dos clientes, contar com infraestrutura na nuvem para reduzir os custos das transações ou adotar reconhecimento facial se as aplicações não forem usadas de forma estratégica para compreender a fundo os consumidores e antecipar suas necessidades e desejos.
O varejo que conta com sistemas de análise de dados consegue obter informações de performance e fazer a recomendação automática de compra para melhorar o sortimento de cada PDV.
Também consegue compreender com precisão quais são os produtos que geram maior margem para os negócios, quais funcionam para atrair os clientes e qual deve ser a precificação de cada item em cada mercado. Isso considerando a elasticidade de preços, a demanda dos consumidores e até as condições da concorrência.
Além disso, o varejista também consegue entender, predizer e reagir ao comportamento dos consumidores, em tempo real, de forma automatizada, o que alavanca o desempenho de milhares de SKUs na loja e amplia as vendas e a rentabilidade.
O varejo 4.0 é a modalidade do varejo que utiliza os dados dos clientes para interagir e entregar o que o consumidor realmente precisa, no momento certo. É um varejo inteligente e que contribui para uma alta eficiência.