A transformação digital das empresas depende de coletar, processar e analisar grandes quantidades de dados; conheça as vantagens de usar big data no varejo
O uso intensivo de dados é uma das principais características dos negócios digitais. O mercado lida, hoje, com uma quantidade de informações que seria inimaginável há alguns anos e esse número só deverá crescer no futuro. Quanto mais os consumidores estão conectados online e se relacionam com as empresas por diversos pontos de contato, mais informações sobre o comportamento dos consumidores passa a ser registrada. Com isso, maiores se tornam as possibilidades do uso de big data no varejo para melhorar o relacionamento das marcas com o público.
Podemos definir big data como sendo a coleta, processamento e análise de informações em grande volume, velocidade e variedade. É uma forma de reunir todos os dados que podem ser úteis e relevantes à empresa sobre seus clientes, disponibilizando-as online para que sua equipe, fornecedores e parceiros de negócios possam acelerar seus negócios.
Os dados estão no centro da estratégia de transformação digital das empresas. Para lidar com um mundo cada vez mais tecnológico, as empresas precisam contar com profissionais com um novo perfil (mais analítico e menos intuitivo) e que sejam capazes de utilizar as informações coletadas nas interações com os clientes para gerar novos insights de negócios. A aplicação correta do big data no varejo exige uma estratégia de negócios baseada em dados: é o que Jack Ma, o fundador do grupo chinês Alibaba, chama de New Retail.
O New Retail, ou Novo Varejo, vai muito além do omnichannel. Não se trata somente da integração de canais de negócios: é colocar o cliente no centro dos negócios e desenvolver, a partir dos dados dos clientes, novos modelos de negócios. Um dos grandes exemplos dessa aplicação de big data no varejo mundial é a rede chinesa de supermercados Hema. Com cerca de 100 lojas abertas nos últimos três anos (e planos para abrir mais 2.000 até 2022), a marca é um conceito de negócios que faz de cada PDV um mini-Centro de Distribuição de produtos. Pedidos feitos online em um raio de até 3km da loja são entregues em no máximo 30 minutos, utilizando os produtos da loja como estoque.
Para a Hema, não existe diferença entre físico e digital. Com uma abordagem focada nos consumidores, o objetivo passa a ser a entrega de uma solução para o cliente (o produto na mão do cliente). O meio usado para isso depende da necessidade do consumidor: ele pode ir à loja, comprar pessoalmente, usar um dos restaurantes instalados no PDV e pagar com o AliPay, o meio de pagamento do Alibaba. Ou pode realizar tudo isso online, com a mesma praticidade.
O uso de dados está presente em muitas faces da estratégia da Hema. Por meio do app de pagamento, a empresa sabe não somente quem comprou o quê, mas também que outros produtos foram adquiridos em outros lugares (o que permite entender mais a fundo os hábitos dos clientes). A rede também sabe onde cada um de seus clientes mora, o que permite projetar os próximos passos de sua expansão. A estrutura logística usa as lojas físicas para reduzir o custo de “última milha” e algoritmos usam as informações de big data no varejo para manter o estoque em níveis ótimos.
O exemplo da Hema, assim como diversos outros que vêm da China, mostram várias aplicações possíveis para big data no varejo:
Previsão da demanda
A partir dos dados reais de consumo dos clientes e de tendências macroeconômicas, meteorológicas e sazonais, é possível definir com grau elevado de assertividade qual o sortimento de cada loja, em que quantidade.
Melhor alocação de recursos
Ao entender como se dá o fluxo de clientes na loja física e sua interação com os canais online, o big data no varejo dá às empresas a possibilidade de utilizar com mais eficiência seus recursos. Pessoas, tecnologias e processos podem ser ajustados para lidar da melhor forma com o dia a dia da operação.
Reação rápida às mudanças do mercado
Se por algum motivo a previsão de demanda não bate com a realidade (porque ocorreu um fenômeno imprevisto, por exemplo), é possível identificar rapidamente que algo não está saindo de acordo com o planejado. O uso de big data no varejo permite medir o pulso da operação em tempo real e, assim, realizar correções de rota muito rapidamente.
Visão holística do negócio
Especialmente para redes de grande porte, com centenas de lojas espalhadas por todo o País, milhares de funcionários, centenas de fornecedores e milhões de clientes, é impossível obter uma visão completa do que está acontecendo na empresa a cada momento. O big data, no varejo, viabiliza a análise completa do que ocorre em cada ponto de contato com o cliente e qual seu reflexo em toda a cadeia de suprimentos. A capacidade de ter uma visão holística do negócio torna a operação do varejo mais eficiente e gera melhores resultados.
Maior conhecimento dos clientes
Uma estratégia focada nos consumidores exige que se tenha o uso de big data no varejo como um de seus pontos centrais. A capacidade de coletar e processar dados reais dos clientes permite conhecer melhor o público e, a partir de informações fidedignas, desenvolver estratégias de negócios altamente assertivas. Sai de cena o “achismo”, entram em campo os testes e provas com base em dados. Como está registrado na sede do Google no Vale do Silício, “os dados ganham de opiniões, sempre”. Opiniões são excelentes como ponto de partida, mas o conhecimento precisa estar baseado em informações reais, sem viés.
Monitoramento de indicadores
Uma grande vantagem do uso de big data no varejo é a possibilidade de criar uma série de indicadores e deixá-los visíveis para todos na empresa. Isso direciona toda a empresa para um mesmo foco e cria um senso comum. O monitoramento dos indicadores-chave do negócio (KPIs) é também uma forma de entender o que acontece na concorrência e, com isso, obter novos insights de como melhorar sua própria operação.
Os dados são, cada vez mais, essenciais para o desenvolvimento de operações lucrativas e eficientes no varejo. A atração, conquista e retenção de clientes depende do entendimento das demandas, desejos e necessidades reais dos consumidores, o que só é possível a partir da coleta e processamento de grandes quantidades de dados. Sem big data, nenhuma empresa estará preparada para o futuro dos negócios.