Do 5G ao NFT, passando pelo Metaverso, marketplaces e lojas autônomas, veja o que precisa estar no seu radar para você crescer no novo ano

Mais um ano que se encerra e um novo período que está para começar. Se 2021 foi uma intensa montanha-russa, não espere que o ritmo diminua nos próximos meses. A tendência, por sinal, é que o ritmo das transformações continue a aumentar.

A chegada de tecnologias que aumentam a integração entre digital e físico, o uso cada vez mais intenso dos dados dos clientes e o aumento da competitividade em termos globais fazem com que o varejo precise estar muito atento a tudo o que acontece. A possibilidade de disrupção existe em todos os setores – por isso, ninguém pode considerar garantido o seu sucesso.

Em 2022, uma série de tendências ganharão corpo ou se tornarão fundamentais para o sucesso do varejo. Esteja muito atento a elas, pois elas poderão fazer toda a diferença para o crescimento dos seus negócios:

1) 5G – a nova realidade da comunicação

Demorou muito mais do que o esperado, mas finalmente o 5G está às portas. O leilão das concessões, no último trimestre de 2021, definiu quem poderá oferecer o serviço em cada região do país. Em 2022, veremos os primeiros serviços sendo implementados – e a revolução irá começar.

A tecnologia 5G não é “apenas” 100 vezes mais rápida que o 4G – embora isso já seja incrível. Com uma latência (tempo de resposta às instruções) 90% menor que sua antecessora, a 5G oferece as condições técnicas para avanços como carros autônomos e drones. Se esses sistemas operavam apenas em projetos-piloto, agora existe a possibilidade real de colocá-los em prática.

O resultado é a transformação da logística, viabilizando modelos de entrega ultrarrápida e criando opções para a “última milha”. Mas o 5G também melhora a troca de informações ao longo da cadeia de suprimentos. Some 5G e IoT e o supply chain ganha a capacidade de controlar estoques remotamente, com precisão absoluta. Adeus, rupturas!

2) Metaverso

O termo “Metaverso” ganhou destaque quando o Facebook apontou o tema como o centro de sua estratégia para os próximos 5 anos. De repente, o assunto deixou de ser exclusividade dos games e passou a ser uma preocupação de empresas dos mais variados setores.

A grande diferença entre o hype atual sobre o Metaverso e ideias imersivas do passado (como o Second Life) está no avanço da tecnologia. Smartphones, Realidade Aumentada e Realidade Virtual são muito mais interessantes do que há uma década, e com isso passa a ser possível entregar mais. Com a tecnologia 5G acelerando ainda mais o uso de vídeo e viabilizando experiências mais interessantes para os clientes, o Metaverso pode deixar de ser uma onda e virar uma tendência interessante.

Algumas empresas já buscam se colocar como pioneiras. A Gucci, por exemplo, conta com uma linha de produtos para os avatares dos gamers na plataforma Roblox. A Disney pretende oferecer visitas em Realidade Virtual para seus parques temáticos, a partir de sua plataforma de streaming Disney+. No Brasil, a Lacta desenvolveu uma loja imersiva, na qual os clientes podem passear como se estivessem em um ambiente físico.

Em 2022, muita gente irá experimentar a ideia do Metaverso. Mas tenha sempre um ponto em mente: foque no que é importante para o consumidor, não em uma tecnologia que chame a atenção. Se a experiência do Metaverso não for relevante para o cliente, ela será um fracasso.

3) NFT

Em 2021, a sigla NFT saiu da mídia especializada e passou para as páginas de negócios. Um sinal claro de amadurecimento desse conceito. A ideia dos NFTs é garantir a autenticidade de arquivos digitais, que podem, então, ser comercializados como se fossem produtos físicos. Usando blockchain, é possível identificar itens originais de cópias – e dar mais valor econômico a itens digitais que hoje podem ser facilmente copiados.

Esse é um mercado que, no mundo, já movimenta quase US$ 27 bilhões. Para o varejo, o NFT abre uma série de possibilidades interessantes. Em um mundo cada vez mais digitalizado, as recompensas de programas de fidelidade podem ser produtos digitais, como obras exclusivas de um artista. A rede de brinquedos Toys “R” Us colocou NFTs de sua mascote à venda no marketplace OpenSea e uma das séries de imagens dará acesso VIP à inauguração da megaloja da rede em Nova York, no primeiro semestre do ano que vem.

O NFT cria mais oportunidades de relacionamento das marcas com os consumidores e abre a possibilidade de alcançar novos clientes. É a mesma ideia de comprar um chaveiro da Ferrari – mas agora com memes, vídeos e imagens.

4) Lojas autônomas

A expansão das lojas autônomas mostra o quanto a tecnologia evoluiu em meio à pandemia. Quando a Amazon anunciou a ideia da Amazon Go, há quatro anos, era algo caríssimo, simplesmente impossível para o dia a dia do varejo brasileiro. Hoje, startups no Brasil desenvolvem soluções em lojas autônomas, e o conceito já está muito mais popular.

Na Europa, redes como Continente (Portugal) e Tesco (Inglaterra) contam com lojas autônomas. No Brasil, o conceito já está presente em minimercados em regiões centrais das cidades e em condomínios. Com o barateamento da tecnologia e o aumento da capacidade de processamento de dados na nuvem (mais um efeito positivo da 5G), ficará cada vez mais simples criar uma loja 100% autônoma. E tudo isso começa agora em 2022.

5) Novos marketplaces

Está na hora do varejo brasileiro parar de olhar somente para dentro das fronteiras nacionais. A expansão do cross border até agora vem ocorrendo no sentido “de fora para dentro”, mas o que mais impede as vendas no sentido contrário é a falta de entendimento das oportunidades. Enquanto isso, players como Shopee, Shein e Alibaba vão ganhando espaço no e-commerce brasileiro.

Em 2022, estar em um marketplace que vende produtos importados – e competir diretamente com eles – vai se tornar uma necessidade estratégica. Mesmo supermercados e farmácias poderão ver oportunidades para alcançar mais consumidores a partir dessas plataformas.

Ao mesmo tempo, plataformas de nicho continuarão ganhando força. De empresas que fazem as compras para os clientes nos supermercados a marketplaces que oferecem melhores oportunidades em itens de cosméticos, perfumaria e farmácia, a expansão do e-commerce continuará gerando possibilidades de crescimento para os varejistas que estiverem atentos.

 

Todas essas tendências têm, como ponto em comum, a digitalização do varejo e sua capacidade de coletar, analisar dados e tomar decisões a partir dessas informações. Cada vez mais, entender o comportamento dos consumidores é essencial para personalizar o relacionamento e identificar oportunidades de relacionamento e vendas.

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